Revisão da aposentadoria por invalidez, como funciona
A aposentadoria por invalidez é um benefício concedido para trabalhadores segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que estão impedidos de trabalhar por motivos de saúde.
Essa aposentadoria infelizmente sofreu alterações com a Reforma da Previdência, que prejudicou estes trabalhadores. No entanto, caso você tenha se aposentado a partir do dia 13 de novembro de 2019, ou seja, quando a Reforma foi aprovada, ainda existem possibilidades de reverter a decisão da justiça e melhorar o valor do seu benefício de aposentadoria.
Hoje existem duas teses jurídicas que rebatem os argumentos utilizados na Reforma da previdência, essas teses podem ter o poder de aumentar o valor da sua aposentadoria por invalidez.
Por isso, se você se aposentou por invalidez a partir do dia 13 de novembro de 2019, acompanhe esta postagem, pois ela certamente vai te ajudar muito.
Neste post você vai ver
- Aposentadoria por invalidez antes da Reforma da Previdência
- Como ficou a aposentadoria por invalidez após a Reforma da Previdência
- Conheça as teses revisionais da aposentadoria por invalidez
- Veja o quanto você pode estar perdendo por não fazer a Revisão de Aposentadoria
Aposentadoria por invalidez antes da Reforma da Previdência
A regra da aposentadoria por invalidez antes da Reforma da Previdência de 2019 era excelente, pois os beneficiários recebiam 100% da média de seus 80% maiores salários de contribuição recebidos até julho de 1994.
Antes da Reforma não havia nenhum redutor de aposentadoria. Bastava que a pessoa fosse segurada do INSS por pelo menos 12 meses para poder se aposentar por invalidez e desfrutar do seu benefício integral.
Além disso, claro, a pessoa precisava ser considerada permanentemente incapaz de trabalhar para ter direito à aposentadoria.
Para comprovar essa incapacidade, o trabalhador precisava passar pela perícia do INSS e apresentar o laudo médico.
Veremos agora com mais calma o passo a passo para calcular o valor do seu benefício antes da Reforma da Previdência
Analisar todos os seus salários de contribuição a partir de julho de 1994;
Excluir os 20% menores salários para não prejudicar o valor do benefício; e
Fazer uma média dos 80% maiores salários.
E pronto: o valor da aposentadoria seria esta média.
Por exemplo, vamos supor que a média dos maiores salários de um trabalhador chamado Pedro seja R$2 mil. Antes da Reforma ele receberia os mesmos R$2 mil.
Pedro tinha 20 contribuições quando sofreu um acidente que lhe tirou a capacidade de trabalhar permanentemente. O INSS utilizou para a aposentadoria dele, somente 16 contribuições para fazer a média, ou seja, 20% das contribuições foram excluídas, as piores.
1 -1000
2- 1000
3- 1000
4- 600 - desconsiderada
5 - 1000
6- 1000
7 - 2000
8 - 1900
9 - 500 - desconsiderada
10 - 1500
11 - 2000
12 - 500 - desconsiderada
13 - 3000
14 - 500 - desconsiderada
15 - 2000
16 - 1200
17 - 2000
18 - 2000
19 - 2000
20 - 2000
= 32 mil/ 16 = R$2.000
Perceba que aqui foram desconsideradas 4 contribuições (correspondentes às 20% piores) a média foi feita somente com 16 contribuições (correspondentes às 80% maiores).
Hoje já não é mais assim, eis que o INSS calcula o benefício com 100% das contribuições, o que acaba prejudicando pois as menores contribuições acabam baixando a média do segurado.
É importante destacar que este era um dos benefícios mais vantajosos do INSS.
Essa regra ainda é válida para todos aqueles que cumpriram os requisitos da aposentadoria por invalidez antes da reforma da previdência (13/11/2019), pois têm direito adquirido.
Como ficou a aposentadoria por invalidez após a Reforma da Previdência
A aposentadoria por invalidez, passou a chamar-se “aposentadoria por incapacidade permanente”
Após a reforma a regra mudou muito e prejudicou demais os trabalhadores. Por isso, muitos escritórios de advocacia, inclusive o nosso, consideram essas mudanças inconstitucionais.
Leia com atenção, pois agora vou explicar como ficou a regra geral.
Após a reforma da previdência (13/11/2019), o valor da aposentadoria por invalidez deve ser correspondente a 60% da média de todos os seus salários de contribuição, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos para os homens ou 15 anos para as mulheres.
A Reforma da Previdência trouxe mudanças muito significativas para o sistema de aposentadoria no Brasil.
Agora vamos voltar ao exemplo anterior, e analisar como ficaria o valor do benefício de Pedro após a reforma.
A renda média de Pedro é de R$ 2.000,00 e seu período de contribuição é de 24 anos.
Portanto, ele receberá aposentadoria por invalidez permanente de R$ 1.360,00: R$ 1.200,00 (60% de 2.000,00) + R$ 160,00 (8% de 2.000,00) por 20+4 anos de experiência (68% da média).
Agora veremos o exemplo da trabalhadora que chamaremos de Carla.
A média salarial de Carla é de R$ 2.000,00 e seu período de contribuição é de 15 anos. Ela receberá aposentadoria por invalidez permanente de R$ 1.200,00 (60% do valor médio).
Acaso a regra de cálculo tivesse previsto que o aposentado por incapacidade permanente deveria receber a integralidade da média contributiva, Carla receberia R$2.000,00, o que seria mais justo, já que o trabalhador não tem culpa por afastar-se antecipadamente de suas atividades.
Conheça as teses revisionais da aposentadoria por invalidez após a Reforma da Previdência para aumentar o valor do benefício
Com estes exemplos conseguimos observar o quanto a Reforma da Previdência atrapalhou a vida das pessoas que se aposentaram por invalidez.
Muitos advogados não concordam com essa mudança específica ocorrida na Reforma da Previdência. Por isso, duas teses estão sendo utilizadas para tentar combater os argumentos da Reforma.
Para entendermos melhor o que está acontecendo, precisamos primeiramente compreender o conceito de Tese. Na advocacia, quando um ou mais advogados não concordam com alguma lei, eles podem criar teses com embasamento legal, para rebater argumentos, outras teses ou até mesmo algum tipo de lei, que tenha sido aprovada.
Neste caso, duas teses foram criadas para combater as exigências da Reforma da Previdência referente à aposentadoria por invalidez. Vamos ver com calma cada uma dessas teses, logo abaixo, acompanhe.
Tese 1 - Aumentar o benefício por tempo desconsiderado
Quando a pessoa está trabalhando existe um documento chamado CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que trata-se de uma espécie de extrato do INSS que contém todo o nosso histórico profissional, ou deveria conter.
É comum, no entanto, que o CNIS contenha erros. Caso esses erros sejam absorvidos na hora da aposentadoria é possível que você receba um benefício menor do que deveria.
Lembre-se que agora, após a Reforma, as mulheres recebem 2% a mais a cada ano que ultrapassar os 15 anos trabalhados, e os homens 2% a mais para cada ano que ultrapassar os 20 anos trabalhados.
Isso significa que cada ano de trabalho importa. Por isso, se houver erros no seu CNIS, você pode, sim, pedir a Revisão de Aposentadoria para tentar aumentar o valor do seu benefício mediante a inclusão de anos inicialmente desconsiderados pelo INSS, inclusive tempo rural, especial, tempo militar ou outros.
Os tribunais estão sendo favoráveis a esta tese, por isso é aconselhável conversar com um advogado para que você possa aumentar o seu benefício de aposentadoria.
Tese 2 – Inconstitucionalidade
A Tese 2 defende que a Reforma da Previdência no que diz respeito à aposentadoria por invalidez, não está de acordo com a Constituição Federal, e por isso, esta aposentadoria poderia ser revisada, para que o cálculo seja feito de acordo com base na integralidade da média contributiva do trabalhador, descartando a hipótese de aposentadoria proporcional.
É importante entender que qualquer lei que viole uma disposição ou princípio da Constituição pode ser considerada inconstitucional.
Para sermos mais específicos, a Reforma da Previdência fere o Princípio constitucional da Razoabilidade. Este princípio indica que, se o poder público for além do que é considerado razoável, a lei pode ser considerada inconstitucional.
Nesta tese 2, o que se pede na Justiça é que os benefícios de incapacidade permanente concedidos pela regra pós-reforma sejam revisados com base na tese da inconstitucionalidade da nova lei.
A tese da inconstitucionalidade defende que não é razoável alguém que não tem condições de trabalhar perca tanto com a aposentadoria.
Os tribunais estão considerando essa tese válida por violar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, além de não manter as garantias constitucionais de isonomia e uniformidade.
Veja o quanto você perde com a Reforma da Previdência, esses valores em muitos casos podem ser recuperados com a Revisão de Aposentadoria
Veja o quanto você pode estar perdendo por não fazer a Revisão de Aposentadoria
Para ficar mais claro o quanto você já perdeu com a Reforma da Previdência eu vou dar um exemplo prático.
Imagine um trabalhador que tinha em média de R$4.500 e se aposentou com 10 anos de tempo de trabalho, em dezembro/2019 recebendo R$2.700 (60% ). Assim, se formos considerar as 49 parcelas em atraso, sem qualquer correção monetária, juros e reajuste do benefício, hoje, ele já perdeu mais de 88 mil reais.
Mas, não precisa ser assim, você pode realizar a revisão de aposentadoria e parar de perder dinheiro, recebendo o valor justo pelo fruto do seu trabalho!
Espero que esta postagem tenha ajudado você a entender melhor os seus direitos.
Caso tenha qualquer dúvida entre em contato conosco, clicando no botão abaixo. Será um prazer conhecer a sua história









